17/02/2022 - No peito ainda habita a esperança em que o dito “novo normal” volte a ser o bom e velho passado de que estamos acostumados.

Mais um carnaval vem aí em meio à uma multidão de contaminados do bloquinho Covid-19, que já avança na ala de 2022.

Há quem diga que este seja o começo do fim, e que a pandemia esteja caminhando para a sua etapa final. Mas o poder contaminante da variante Omikron pega mais que o hit do ano no carnal.

Sei bem que a tentativa de combinar covid com carnaval não esboce nada em comum, à não ser as máscaras.

Certa vez, em um tour pela Europa, eu tive a oportunidade de passear por Veneza, às vésperas do carnaval. Linda cidade, canais maravilhosos e que não possuem um cheiro tão agradável aos olfatos mais sensíveis, mas que não tiram a grandeza do local. Peguei um ônibus de Marghera até Veneza e desci em uma praça principal, ainda meio sem rumo e guiada pela quantidade de pessoas – pensei: É aqui. Naquele momento, que tive a oportunidade de conhecer as famosas máscaras venezianas – que me aterrorizaram profundamente – e pensei que carnaval nenhum poderia me assustar mais. Engano meu.

O curioso é que uma das mais assustadoras, o medico della peste (o médico da peste) tinha um nariz comprido e era usada pelos médicos na idade média para atender os pacientes contaminados, e acabou se transformando em uma fantasia de carnaval. As novas máscaras do carnaval dos novos tempos são menos classicistas, usadas por médicos e pacientes, porém assustam muito mais, pelo uso – sem data de validade ou pelo desuso e descaso.

E seguimos dando as boas vindas à fevereiro. E na Mutato Oral Clinic, os critérios de higiene são rigorosos, uma vez que os cuidados contra o novo vírus não são diferentes dos velhos cuidados e rigor que usamos contra todas as doenças que já conhecíamos antes e que jamais estaremos livres.

Enquanto isso novo carnaval vem fantasiado de esperança de um dia podermos voltar a juntar pessoas, conhecer gente nova, e aglomerar num só local gente do país inteiro, do mundo inteiro, nessa mistura que é o Brasil. Mas nesse carnaval – com os dedos cruzados para que seja o último- o paetê vem com menos brilho, o mestre sala com a porta bandeira estarão de folga e as máscaras mais uma vez não serão as que desejamos.


Dra. Ingrid Caetano
Graduada em Odontologia pela UNESP
Especialista em Prótese dentária
Gerente Clínica da Mutato Oral Clinic