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Mocoquense André Plez lança mais um livro

02/05/2021 -

André Plez é escritor e poeta, e também apaixonado por seu outro modo de vida: ser professor de língua portuguesa. Faz doutorado em educação, possui mestrado em linguística e é especialista em literatura brasileira. Natural de Mococa, se dedica à leitura e escrita literária desde a infância. Escreveu os romances: “Tratando sombras com ternura” (2012); “Os insones” (2013) e “Exagerados encantos de Elena” (2016). E os livros de poemas: “A coisa em si” (2008); “Os sentidos nos degraus” (2014) e “Entre o vírus e o verme se esgueiram poemas” (2021).

“Entre o vírus e o verme se esgueiram poemas” é o sexto livro lançado pelo escritor e poeta André Plez. A produção poética desta obra se insere na lírica engajada, que busca nos eventos históricos uma forma de mensuração social, promovendo uma crítica aos acontecimentos do Brasil. Desde o Golpe de 2016, o país vem sofrendo com atitudes arbitrárias por parte dos políticos, da mídia colonialista e do judiciário. Como disse Aristóteles, a poesia é mais densa, reveladora e autêntica que os tratados de história. Por isso, a urgência desta obra em versos, que explodiram sem pedir licença, buscando descrever o horror que é viver no Brasil do bolsonarismo, tendo como protagonistas, além do verme, o vírus. Assim, além do cenário necropolítico, a obra descreve de forma lírica a crise sanitária e seus melindres. Uma obra contemporânea que dialoga com os gritos mudos surgidos, principalmente, no ano de 2020. O livro descreve, portanto, aquilo que Affonso Romano de Sant'anna disse sobre a sua poética: “uma poesia que eu não quero literária, mas que transmita sangue e vida. Enfim, política, paixão e poesia”.

O livro tem o prefácio de outro mocoquense, Marcio Dal Rio, poeta, que em um trecho escreve: O que seria da poesia sem a realidade? André Plez se vale dessa mesma realidade lodosa para atirá-la na cara do leitor, o que faz sem perder a magia e o lirismo, em versos livres e pungentes, cadenciados, ou até mesmo em pulsantes esporros visuais.

“O vírus mascarou o rosto e afastou-nos de estar presente. O verme desmascarou o rosto e mostrou-nos quem mente”.

Mais um mocoquense, advogado, poeta, escritor e artista plástico , Getúlio Cardozo, comentou: ...texto forte, sem falsas arestas, expressando essa nossa travessia do inferno. Remete o leitor para um tempo que está se esgotando, há versos resvalando no concretismo retirados dos escombros. [O poeta] usa retroescavadeira, consegue chegar até os desavisados. Seria interessante dramatizar os poemas, foram escritos para muitas vozes.

Um dos poemas, Psicose, André Plez vai fundo na alma e na realidade ignóbil , deixando o leitor sem palavras e ponto.


enquanto o mundo muda
na tragédia que enluta
na colônia brasil
aflora um denso ardil
já que o messias nega
em fala nacional
a dor descomunal
de seu povo em clemência
demência em eco, em coro
que banaliza a dor
“basta encarar de frente
ser macho e não maricas”
(…)

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