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MAIS UM PROBLEMA SEM SOLUÇÃO >> Serviços essenciais perdem o valor

18/02/2021 - Nesta semana a cidade de Mococa foi surpreendida com uma notícia desanimadora para os usuários do transporte público municipal. A empresa Montano Express anunciou a paralisação das linhas do Pôr do Sol e São Benedito das Areias e a redução da linha de Igaraí.

A justificativa do gerente da permissionária é de que a Prefeitura não realizou os pagamentos devidos e a empresa, que já vinha arrastando a situação financeira, ficou sem folêgo para dar continuidade aos serviços prestados.

"Muita gente acha que estamos lesando os cofres públicos, mas isso não é verdade. Os custos são altos, com funcionários, combustível, energia elétrica, aluguel e impostos. O valor da catraca não dá, arrecadamos em torno de R$ 15 mil/mês. Não tivemos outra alternativa. Outro ponto é o pagamento em pecúnia que a prefeitura começou a realizar, e substituiu o antigo passe que era entregue aos funcionários públicos municipais. Mas o problema maior é a falta de controle dos usuários, idosos e deficientes, que são calculados conforme o censo, mas na verdade deveria ser através de um cadastro na prefeitura" disse o gerente da Montano Express, Hamilton Sebastião Pirani Virgilio.

O transporte público municipal é um problema que afeta a cidade de Mococa há décadas, haja vista que a empresa anterior trabalhou sob liminar durante 10 anos.

Ainda de acordo com a empresa Montano Express, a Prefeitura de Mococa foi notificada no último dia 03 de fevereiro, sendo dado o prazo de 5 dias úteis para que o órgão regularizasse os pagamentos, caso contrário os serviços seriam paralisados parcialmente.

No dia 11 de fevereiro a Prefeitura de Mococa, através de uma notificação enviada a empresa, solicitou "detalhadamente quais seriam as obrigações legais que a Prefeitura não estaria cumprindo, e que se eximia de suspender parcial ou totalmente a prestação dos serviços de transporte coletivo urbano de passageiros".

Membros do Conselho Municipal de Transportes (COMUTRANSP) informaram a reportagem do O Destaque, que o atual prefeito ainda não indicou os três representantes do executivo para participação no novo conselho. A Presidente do Comutransp, Rita Firmino, desabafou : "este descaso com o povo é muito triste, pois estamos pagando pelos erros dos gestores anteriores, tanto do poder executivo como do legislativo. “Todos estavam cientes da gravidade que poderia acontecer com a cidade e principalmente com a população”.

Segundo o secretário do conselho, Ênio Mendonça, são vários problemas, mas o principal é que não houve melhoria nem expansão das linhas durante os últimos anos, apenas a criação da linha Pôr do Sol. Assim , a população migrou para carros particulares e até aplicativos clandestinos, sem legalização. "Faltam coberturas, indicadores dos pontos, falta muita coisa. Isso vem de anos", segundo ele.

A Montano Expresse informou que trabalha com 6 linhas, terminal direto, terminal-cohab 2, terminal-Igarai, Terminal-Sâo Benedito, Terminal-Pôr do Sol, Terminal-Vila Santa Rosa. Mas que são deficitárias até no atendimento à comunidade e que três itens devem ser observados na administração pública: Planejamento, fiscalização e regulamentação.

Mais uma vez quem perde é a população. Inicia e termina mandatos e os Conselhos Consultivos não são prioridades. E neste caso específico é um problema que requer muita atenção, da Administração Municipal, do Poder Legislativo, do Conselho, do Ministério Público e até da população.
" O transporte é uma atividade essencial. É um serviço público repassado ao privado. Não podemos ficar sem circular, o que vou fazer? Isso é uma vergonha”, disse Maria Helena de Sousa, de 65 anos, usuária do transporte público.

A Prefeitura de Mococa não retornou aos questionamentos.

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O plano de mobilidade é o primeiro passo que deve ser dado, através dele saberemos quais os objetivos para execução, orientação e o direcionamento para o gestor público. Para qual caminho deve trilhar, toda circulação da cidade e o acesso a tudo: educação, saúde, trabalho, recreação, etc. E isso inclui principalmente o transporte público.

Se não tiver planejamento fica atacando problemas pontuais. A questão do transporte urbano é a seguinte, não dá para fazer sem dinheiro, tem que conhecer a demanda e subsidiar: as empresas que prestam serviço precisam receber, ter lucro, cobrir os custos pelo menos, não são filantrópicas. Transportes públicos de qualidade têm sido subsidiados, pelo menos em parte, no mundo inteiro. Não dá para fazer transporte coletivo sem dinheiro. O mais importante, na elaboração deste plano de mobilidade urbana, a cidade deve ser ouvida, a comunidade sabe a real necessidade, e o poder público resolver este problema tão essencial, verificar demandas e gratuidades, em conjunto com a população, para que seja feito de forma equitativa.

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